A felicidade das pequenas coisas

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Todos precisam de um motivo para ser feliz. Geralmente, dos grandes: porque vai casar, comprou um carro zero, mudou de cargo na empresa, tirou a maior nota da sala, tem o salário mais bacana na turma de amigos e coisas do tipo. ‘’’Tá feliz?’ ‘Sim, por isso, aquilo e aquilo outro’’’. E são sempre as coisas grandes, que chamam a atenção. Realmente, tudo isso traz (muita) felicidade. Como é bom viver momentos do tipo. Mas a felicidade não é exclusividade das coisas grandiosas, pelo contrário: ela se esconde nos detalhes.

Você já tentou encontrá-la no seu dia a dia? Parece difícil, né? E é mesmo. Desde pequenos, somos ensinados pelo mundo a comemorar apenas as grandes vitórias, os grandes momentos, as grandes conquistas, as grandes coisas. E aí nos esquecemos de olhar para os detalhes grandiosos (olha que paradoxal) que nos cercam. Chegou um momento na minha vida em que eu pensava assim. E então, parei para pensar porque eu esperava tanto que coisas grandes acontecessem para me sentir feliz e realizada. Já fui daquelas pessoas que só enxerga a felicidade nas grandes vitórias e isso me fazia sofrer muito, já que não é todo dia que coisas fantásticas acontecem. Pelo contrário: sabemos que as coisas grandes vêm a longo prazo, com muito esforço e dedicação. Então eu só serei feliz quando elas chegarem?

A verdade é que eu realmente não preciso esperar nada disso. Posso ser feliz, desde que eu queira e saiba para onde olhar.

Quando entendi que a minha felicidade está, principalmente, no que eu sou e nas pequenas coisas que me cercam, pude prová-la de forma melhor e mais duradoura. Pude até ter dias em que eu acordava feliz por nada. Ou por coisas desse tipo: sair do estágio com a sensação de dever cumprido, ter um estágio, ter saúde para poder levantar todos os dias e ir para o estágio, poder voltar para a minha casa, ter uma família que me espera cheia de amor em casa, ter pessoas do bem ao meu redor, me conhecer mais a cada dia, terminar de ler meus livros, aprender a dirigir na pista, fazer a própria comida sem queimar nada, ter o que comer, ter um melhor amigo para a vida toda, amar o que eu faço, ter a oportunidade de fazer o que eu amo, ter um propósito de vida, ter sonhos. E é por isso que hoje convido vocês a olharem para dentro de si mesmos ou abrir mais os olhos ao olhar para o mundo: deem atenção aos detalhes da vida.

Nós nos esquecemos de apreciar os pequenos e bons momentos, onde a porção de felicidade é muito grande e prazerosa, desse jeitinho: inversamente proporcional. As conquistas materiais passam, na semana seguinte já não são mais novidade e então você já se sente insatisfeito com a vida outra vez. Tudo porque só no que é grande consegue enxergar a felicidade. Isso é cansativo demais, não acha?

Ser feliz não é passar a vida toda sem nenhuma dor, perda, frustração ou algo do tipo. Mas sim saber superar cada uma dessas coisas e partir para a próxima. Ser feliz não é só conquistar coisas grandes e ter grandes momentos. É saber que a felicidade também está nas coisas pequenas que estão ao seu redor, basta querer enxergar. É parar essa busca incessante pela felicidade extrema, parar de fazer as macumbas, os cálculos, os trâmites para encontrar aquela tal felicidade infinita que existe lá no fim do túnel. Ela não é infinita, pelo contrário, se fosse, como a vida seria fácil. Também não está no fim do túnel, já que não é o destino, mas sim a caminhada.

A graça da vida está aqui: encontrar pequenas gotas de felicidade no nosso dia a dia, e então, ganhar força para correr atrás das grandes coisas, as quais todos nós sonhamos em alcançar. É saber que a felicidade das pequenas coisas se esconde justamente para que você aprenda a encontrá-la. E eu espero que consiga, porque aí, você descobre que tem muito pelo qual sorrir, todos os dias.

Com carinho,

Júlia Groppo

Por julia às 07.02.16 932 comentários

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