“Não crie expectativas. Elas não servem para nada”.
Li dia desses e veio como uma flechada, daquelas bem certeiras. Senti a indireta, tá, vida?! Tô sabendo… Mas, se é tão óbvio assim, se a danada faz tão mal, magoa, faz doer, chorar, sofrer, por que a gente insiste em criar? Sabemos bem onde vai dar.
A verdade é que costumamos idealizar um tanto de coisa nessa vida. Coisas, momentos e pessoas. A vida em si pode ser uma total idealização, se assim você permitir – e é aí que mora o perigo. Nada (e nem ninguém!) vai ser exatamente como desejamos. As coisas são o que são, assim como as pessoas.
Então, porque nós, seres humanos (lê-se totalmente imperfeitos), insistimos em desejar coisas perfeitas, redondinhas, sem eiras nem beiras? Coisa louca que é cobrar do universo e do outro uma perfeição que nem a gente pode oferecer. Mais louco ainda é pensar que tudo seria bom se realmente fosse totalmente controlável. A gente cresce é em meio às adversidades. Eu acredito, inclusive, que existe um propósito maior por trás de cada uma delas.
De sacudir, fazer pensar, recalcular a rota. Afinal, somos lugar de eterno recomeço.
A tal da expectativa já me levou para lugares horríveis, como ficar cega diante de tudo aquilo que está bem a minha frente: a minha vida como ela é. Porque bom mesmo é a gente abraçar as coisas como elas são – e, digo mais, devem ser. É a tal da verdade que eu busco, todos os dias. Estar aberto ao processo, seja ele como for. Doa a quem doer. E dói, hein? Fácil não é. Mas, vou te contar uma coisa: ninguém disse que seria.
Eu sempre brinco que o lance é sair deste plano melhor do que a gente entrou. E dá pra melhorar um tanto. Só que é um desafio diário, step by step, a passos de formiguinha. Mas, sinceramente? Não importa. O que importa é que estamos tentando; o progresso existe. E que venham novas expectativas para que sejam quebradas por nós mesmos. Para que a gente vá descobrindo, aos pouquinhos, que o que tem preparado para nós lá fora é o melhor que podíamos receber.
Afina, a vida não é o que achávamos, nem nada daquilo que nos disseram. É muito melhor que qualquer expectativa que criamos.
Tô com você nessa. Sozinho ninguém está.
Júlia Groppo