Quando eu era criança, uma memória constante dos dias de férias na praia me leva de volta até os passeios de Banana Boat. Posso dizer que aquilo para mim era a maior aventura do ano, e o quanto eu me sentia corajosa por estar ali em cima. Lembro, também, que o cara que pilotava o barco nos fazia sempre a mesma pergunta: “Pessoal, é com ou sem emoção?”. Essa frase nunca saiu da minha cabeça. Apesar de na época não a entender muito – afinal, eu era só uma mini Júlia tentando descobrir o que eu fazia no mundo -, ela me marcou. E, por conta disso, carrego-a comigo desde então. Louco como podemos levar detalhes da nossa infância conosco, né?
O que quero dizer com tudo isso é que eu sempre pedi à vida que me trouxesse emoção. No dia a dia, nos desafios que ela me propusesse, nas pessoas que ela colocasse no meu caminho. Sempre perguntava a mim mesma: ”É com ou sem emoção, Júlia?”.
Dia desses, ousei reclamar com ela pedindo um pouco mais de calma. Foi aí que me lembrei: eu mesma que sempre pedi a tal da emoção. Ela, bem educada, me recordou dessas tantas vezes em que eu jurei que, sem emoção, não teria graça.
Tudo bem, vida. É com emoção, por favor. Todos os dias.
Júlia Groppo
Por julia às 11.12.19
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