Pequenas doses de felicidade

Cafés fortes acompanhados de um brigadeiro bem doce. Um banho quente antes de dormir. Visitas em livrarias sem hora para acabar. Cinema aos domingos. Acordar sem despertador. O café da manhã. Dirigir sem pressa. Repetir filmes. Segundas a noite, sextas a tarde e sábados de manhã. Revelar fotos. Casa de vó. Batom vermelho em dias cinzas. Dormir ao som de uma leve chuva.

Tenho uma lista de coisas simples que me fazem muito feliz. Muito mesmo. Deixo-a guardadinha em um lugar especial e acessível para que eu possa me lembrar, sempre que necessário, que não é preciso muito para que eu sorria para a vida. E para que eu possa também acrescentar tudo o mais que eu for descobrindo pelo caminho que faz o meu coração bater de forma mais rápida e leve, ao mesmo tempo.

São elas que me salvam em dias estranhos, deixam os bons ainda melhores e me ensinam que a felicidade mora nas pequenas coisas. Que, não à toa, felicidade rima com simplicidade.

A verdade é que qualquer paixão me diverte, e eu confesso que já cheguei a pensar que esse meu jeito bobo de me encantar facilmente pela vida e seus detalhes poderia me atrapalhar em determinadas situações. Hoje, sei muito bem que essa é uma das minhas armas mais poderosas para enfrentar tempestades (lê-se dias, semanas ou mesmo fases difíceis). Afinal, elas estão sempre lá: as minhas pequenas coisas que me trazem um quentinho no coração e que devolvem a minha paz por alguns minutos. Uma coleção da qual não abro mão e cuido com muito carinho. Entre um tropeço e outro, vou encaixando minhas pequenas doses de felicidade aqui e ali.

Hoje, eu gostaria de te lembrar que a felicidade pode ser o que a gente quiser que ela seja. É mais fácil do que parece, mas é também apenas mais uma das infinitas coisas que escolhemos complicar. É por isso que já faz alguns anos que eu decidi tornas as coisas um pouco mais fáceis para mim mesma e criar os meus próprios jeitos de me fazer feliz, abandonando qualquer receio de enxergar beleza no que é pequeno, simples e acessível. Pelo contrário: vou abraçando todo e qualquer conforto que encontro pelo caminho.

Desde então, é como se eu sorrisse para a vida e ela sorrisse logo de volta. Lá estamos, eu, ela e a felicidade, cara a cara umas com as outras. Tem sido uma aventura, e eu te convido a viver a sua também.

Júlia Groppo

Por julia às 17.12.19 1.201 comentários

Comments are closed.

Que horas são dentro de ti?
O ano é novo, mas você é o mesmo
Por que tudo dá certo nos filmes?
Mente também é lar