O ”ponto morto” da vida tem seu valor

2016 foi um daqueles anos da minha vida em que eu me vi numa queda de montanha-russa cheia de loopings. E com isso, não pensem que estou reclamando; pelo contrário. Todas as emoções que senti fizeram parte de grandes sonhos que pude realizar. O universo foi realmente muito bom comigo.

Entre uma realização e outra, a verdade é que acabei me acostumando a estar com a vida bastante movimentada, com coisas grandiosas acontecendo, uma atrás da outra. Aí veio 2017, o ano que decidiu me ensinar algumas coisinhas importantes. 

Ao voltar do meu intercâmbio, a vida deu uma bela sossegada, e eu, então, tive o desafio de descobrir que coisas lindas e gostosas também acontecem no seu, digamos, ”ponto morto”. E lá fui eu atrás de alegria e diversão nos tais dias comuns. Durante a semana, em uma terça-feira qualquer, em um momento da vida em que parece que nada está acontecendo. Mas só parece, porque a verdade é que sempre está.

Quando me vi entendiada e um tanto ansiosa, entendi que precisava aprender que a vida não é só o que acontece quando você está realizando sonhos – embora, sim, eles sejam muito valiosos para a nossa jornada. Ela é também o que você constrói até chegar a eles, e de que forma você decide percorrer esse caminho.

Podemos – e devemos! – buscar desafios. São eles que nos ajudam a conhecer novas facetas de nós mesmos. Mas não somente eles, pois, acreditem: o ponto morto da vida também tem o seu valor; e frio na barriga, assim como as borboletas no estômago, também são possíveis dentro dele, por mais paradoxal que isso possa soar. 

Naquele ano, me dei conta de que não é só fora da nossa zona de conforto que a magia acontece. Arrisco dizer, inclusive, que é dentro dela que é ainda mais desafiador enxergar belezas escondidas em nossa rotina, coisa que não falta!

Tive que aceitar que a vida não é uma eterna queda de montanha-russa. Fases mais calmas e sem nada muito extraordinário acontecendo também fazer parte. Afinal, para poder chegar na melhor parte do brinquedo, precisamos encarar uma enorme subida. Mas isso não quer dizer que ela precisa ser chata. Esse caminho todo pode ser bem divertido, se assim você permitir.

Júlia Groppo

Por julia às 23.09.20 Comentários

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