Sobre a vida e a morte e o que tem no meio

“Tudo é provisório, inclusive nós”; disse uma de minhas escritoras preferidas, Martha Medeiros, em um de seus textos que mais amo. Acho que é o mesmo que acreditarmos que “tudo passa”, como dizia Chico Xavier. As dores e as delícias dessa vida, que têm prazo de validade – não importa o quão boas ou ruins pareçam -, assim como a gente, que vai ficando um pouco mais velho a cada dia que passa, caminhando para a nossa morte. Estranho e um tanto forte dizer isso, né? Mas é um fato, que por mais que ignoremos, não deixa de pertencer ao nosso destino. E, se você quer saber, julgo eu que uma das maiores graças de Deus a nós é termos a consciência desse momento, pois podemos, todos os dias, ao acordar, saber que temos uma nova chance para viver o nosso processo e evoluirmos para seres melhores, mas com a noção de que não teremos essa chance pra sempre; daí a importância de não viver uma vida medíocre (que coisa linda tudo isso, hein?). O que me leva a pensar em outro grande nome da minha lista de “pessoas favoritas no mundo”; Mario Sergio Cortella, que diz que não há porque nos preocuparmos com a morte, justamente por ela ser um fato, mas sim com a vida – e o que fazemos dela. Essa vida que nos foi dada como um presente e que pelo livre-arbítrio nos permite fazermos as nossas próprias escolhas.

Nenhuma dor é pra sempre. Nenhuma alegria, também. Nem nós. E será que a gente anda colocando tudo de nós nesses momentos? Os que escolhemos viver e os que chegam até a gente. Porque também tem disso, né? Tem coisa que a gente faz acontecer e tem coisa que acontece com a gente. Será que estamos abraçando a nossa dor – e, principalmente, sabendo nos amar nesses momentos tão difíceis? Será que estamos sendo inteiros nos nossos melhores momentos? Se a morte nos espera em alguma esquina escondida e se tudo nessa vida passa, não há tempo a perder, meu amigo. De ser inteiro, de ser imperfeito, de ser tudo aquilo que se quer ser.

Percebe como o medo fica pequeno frente a tudo isso? Como as dificuldades tornam-se “enfrentáveis”? Como os momentos felizes merecem uma gratidão imensa? Não é porque, de repente, as coisas ficam mais fáceis, mas porque você sabe que existem coisas muito maiores que merecem a nossa atenção. Que nos merecem.

Informação-nada-relevante-mas-que-quero-compartilhar-: esse texto foi escrito ao som de Lepo Lepo (não por livre e espontânea vontade, devo dizer). Sim, às vezes, as melhores reflexões nascem dos lugares mais inusitados – ta aí outra grande coisa sobre a vida pra mim: ela é um punhado de um tanto de coisa surpreendente. Não se ache muito esperto, o bastão desse jogo todo que a gente joga todo dia é dela. E não tem ganhador, não, ta? É tudo uma zoeira pra todo mundo sair desse plano melhor que entrou.

Boa sorte and let the games continue.

Júlia Groppo

Por julia às 19.07.18 1.091 comentários
Sempre tem aquelas pessoas que você admira de longe.
Aquelas que, por uma escolha do destino, a vida trata de não aproximar seus casos e acasos; mas a verdade é que você bem queria sentar e jogar fora uns trinta minutos de conversa entre um café e outro; com adoçante, por favor. Ah, como eu queria…
Eu queria que o Universo fosse desse tamanhozinho pra que eu pudesse nem abraçar, mas agarra-lo mesmo, com força, e pegar tudo que dele é belo para mim. Poder conhecer cada canto e cada ser humano que, já de longe, me inspira e me instiga de alguma forma. Tem gente que tem gosto de vida e é tanta que da pra sentir sem nem conhecer. São tantos por aí. Eu fico aqui só de longe admirando.
Ô vida, faz o favor de aproximar? Enquanto não dá, vou tentando conquistar um pedacinho por vez enquanto Deus vai me mostrando o que, de fato, deve ser meu. O que se encaixa no meu caminho meio torto. Ele sabe mais que ninguém.
Tem coisa que a gente quer, mas a gente não precisa.
Júlia Groppo
Por julia às 21.03.18 1.093 comentários
Segunda-feira, 22h15

A gente com certeza não espera que a felicidade venha bater à nossa porta em uma segunda-feira; mas acreditem, pode rolar. Não precisa ser numa sexta e nem em um feriado; eu juro, juradinho. Lá estava eu, chateada por ter perdido dois shows de grandes artistas que eu admiro, em uma tacada só; eu não assisti a nenhum deles tocar em São Paulo e não podia acreditar em tamanha má sorte. Lá estava eu, também, apreensiva com tudo e mais um pouco. Quem dera fossem “só” os shows…

Mas e o próximo ano? E minha carreira? E o TCC? E minhas escolhas? E as novas responsabilidades surgindo? E a vida adulta chegando? E a pressão pela vida perfeita? E a idealização de tudo? Ufa. Dá preguiçamedoafobação só de escrever. Nunca estive tão perdida. Entre vontades, sonhos, medos e inseguranças. Mas acredito que também a vida nunca me mostrou tanto o quanto ela pode surpreender nas pequenas coisas. A vida, ah… Ela é esperta; danada, louca, imprevisível (eu amo e odeio tanto isso). Ela surge, dentro da gente, bem lá no fundinho, arrancando um sorriso mesmo em um dia extremamente frio de Campinas, mostrando que há sempre um novo dia pra mudar tudo de novo (e de novo). Dentro da gente e ao nosso redor. Sempre há uma nova semana, uma oportunidade, uma mensagem. Alguém que se aproxima, um tropeço que te faz enxergar as flores no chão, um abraço que te faz sentir que é muito claro que tudo vai ficar bem. Sempre tem um Deus ali, nos detalhes, mostrando que, sim, Ele está trabalhando por você. E se não tem nenhuma novidade, continua prestando atenção no que já existe ao seu redor, que o segredo pode estar mais próximo do que você imagina. O novo vai estar no velho.

Experimenta dar uma procurada naquilo que você já tem, naquilo que está dentro de você, que é lá que a resposta vai estar. No que você já é, no que conquistou, no quanto lutou, nos tropeços, nas tentativas que resultaram no erro; na sua essência. Eu já li isso em tantos lugares e custava a acreditar. Mas acho que é um clichê daqueles que vale a pena, sabe? Porque é real. Já me peguei procurando a felicidade em tantos lugares e pessoas. Tantas tentativas frustradas e em vão. Ela tava bem aqui… Aqui, sabe?

Nesta segunda-feira, eu encontrei os meus minutos de paz, felicidade e esperança. E tô aqui vivendo feliz da vida. Fiz um belo brigadeiro (tive que emprestar leite condensado. Obrigada, menina do apartamento 6). E que dure só agora, não importa, eu só espero poder lembrar desse sentimento nos dias mais cinzas, onde sei que vou estar com minha fé abalada não só na vida e no mundo, mas também em mim mesma. Espero lembrar dessa sensação de ser capaz de abraçar o mundo com minhas mãos, de me sentir parte de tudo de bom que faz ele girar para o bem.

Não tem problema se tudo ficar escuro novamente… Há de vir outra segunda-feira como esta.

God is working.

Júlia Groppo

Outubro/2017

Por julia às 20.03.18 1.193 comentários
O tempo de cada um

ampulheta

A gente passa uma vida tentando entender porque a grama do vizinho é sempre mais verde. E a gente se questiona, questiona o Universo, Deus, a mãe, o pai e até o cachorro. A gente rola na cama de madrugada, perde tempo, lágrimas e, em alguns casos, de tão grave que a situação fica, a gente perde até a balada do sábado e o cinema do domingo. A gente perde a vontade de viver.

Estou mentindo?

Nos deixamos abater por achar que a nossa vez nunca vai chegar. Por pensar que os outros são sempre melhores e estão um passo a frente o tempo todo. A gente perde o fôlego tentando alcançá-los numa corrida inútil na qual você transforma as pessoas ao seu redor em concorrentes. Pra dali um tempo – se Deus quiser -, depois de gastar muita saliva, tempo e paciência, entender que cada um é um ser único e, exatamente por isso, não existe ninguém melhor, nem pior: existe o que está destinado para cada um. E o melhor: no tempo de cada um.

Você pode ter 30 anos e não estar casado ainda, tão quanto ter encontrado alguém que desperte essa vontade em você. Ao mesmo tempo em que há casais que começam a namorar aos 15 anos e permanecem juntos a vida toda. E está tudo bem. Você pode ter 20 anos e já ter encontrado o emprego dos seus sonhos, enquanto alguém de 45 está deixando a empresa onde trabalhou a vida toda para, só agora, criar o seu próprio negócio. E, mais uma vez, está tudo bem. Para ambos. Você pode estar às vésperas de um vestibular sem ainda ter certeza se quer moda ou medicina, enquanto aquele alguém da sua sala tem certeza de que quer fazer química desde os 11 anos. Adivinha? Está tudo bem. Aquele seu amigo saiu da faculdade já efetivado no estágio, já você nunca estagiou e ainda não sabe se a faculdade na qual vai se formar é a profissão que, de fato, quer exercer. Mais uma vez, está tudo bem. Nenhuma dessas pessoas sai perdendo. Acredite. Eu juro. Cada um está vivendo o que exatamente tem para viver neste mundo. Porque nós, humanos, temos lições diferentes para receber nessa vida.

Tenho um conhecido que compete até com a própria sombra. A necessidade de autoafirmar-se na frente dos outros chega a incomodar os que estão ao redor. Mas o mais triste é que não faz tão mal a mais ninguém que a ele próprio. Não tenha pressa, meu caro. Não queira ser o primeiro a alcançar a linha de chegada. Deixa eu te contar um segredo? Ela sequer existe. A verdade é que somos nós – cada um de nós – e o tempo que nos foi dado. E o relógio gira de forma diferente para cada mortal.

Enquanto você vive uma batalha, o colega ao lado vive outra completamente diferente. E ele vai passar pelo que você está passando um dia. Ou quem sabe, já passou. Ou melhor ainda, jamais passará, pois para ele isso não está destinado. Por alguma razão – esta que, me desculpem, não nos cabe – não está. As lições que ele precisa aprender ao longo de sua vida são algumas. E as suas, outras.

Todos temos sonhos, objetivos, medos e motivos que nos fazem continuar, certo? Então que cada um cuide e corra atrás dos seus. Que cada um deposite todas as suas forças em suas vontades. E se for para olhar para o lado, que seja para admirar e se inspirar naqueles que estão ao redor. Mas por favor, não perca o seu valioso tempo dando uma volta por aí para se comparar – ou pior – competir. Agarre o seu relógio e seja feliz. O que ele te trouxer, independente de quando, é exatamente o que você precisa receber – e no momento em que precisa receber – para, de certa forma, tornar-se uma pessoa melhor que aquela que você foi ontem.

Evoluir. Subir um degrau. Amadurecer. Ficar mais forte.

Percebe?

No fim das contas, é entre você e você mesmo. Entre quem você vai escolher ser após cada segundo em que os seus ponteiros avançarem no relógio. Após tudo o que a vida te trouxe ao passar do seu tempo. O TEMPO QUE FOI CALCULADO PARA VOCÊ. E que, acredite, foi pensado para você. De certa maneira, encaixa-se perfeitamente em você. Eu juro.

Que horas são aí dentro?

Júlia Groppo

Por julia às 20.03.17 14 comentários
Eu, 2016 e as nossas descobertas

escrita

Eu sei, estou extremamente atrasada. Eu sei, 2016 já foi embora e 2017 já deu as caras há alguns dias. Mas sabe, eu jamais poderia deixar a minha rotina maluca do meu College Program me impedir de deixar registrado nesse espaço tão especial pra mim o quanto o ano que passou me transformou. Seria feio da minha parte; logo eu, que sinto necessidade em registrar em palavras tudo o que diz o meu coração, quero poder sempre olhar para trás e lembrar desses 365 que me provaram o quanto a vida é doida, intensa e imprevisível; e o quanto eu amo isso. Foi então que, durante um longo dia, perdida entre um passeio no meu lugar favorito do mundo e idas e vindas no ônibus, passei a listar no meu bloco de notas tudo o que esse ano lindo me permitiu descobrir.

Que susto levei.

Haviam tantas, mas tantas coisas, tantos momentos e lições de tirar o fôlego, que senti meus olhos marejarem ao mesmo tempo em que o coração bateu leve e um sorriso bobo se abriu em meu rosto: eu me permiti viver cada segundo como se fosse o último e, devido a isso, teria memórias para uma vida inteira. O ano que me virou do avesso me deixou não só memórias, mas cicatrizes e aprendizados. 2016 me deu a chance de descobrir muitas coisas e, dentre as principais, o fato de que, se você se joga na vida, ela pode te dar lições para serem guardados para sempre. É bastante arriscado, eu sei, pois pude sentir na pele algumas coisas que eu não precisaria sentir se tivesse ficado escondida dentro de uma bolha, ou seja, se tivesse optado pelo caminho mais fácil. Mas para mim, a vida não faz muito sentido se eu não voltar todo dia para casa um pouco diferente daquela Júlia que saiu.

Eis que descobri que é melhor me arrepender de ter feito do que ter deixado de fazer. Descobri que sou maior do que aparento ser. Descobri onde quero chegar. Descobri uma das minhas missões na Terra. Descobri o quanto eu amo amar. Descobri que meus pais realmente são os meus melhores amigos. Descobri que a escrita é o meu remédio. Descobri o quanto é bom viver na zona de conforto – mas descobri, também, o quanto eu detesto ela. Descobri que amo testar os meus limites. Descobri que chorar faz bem pra alma (de verdade). Descobri que amo contar histórias. Descobri que ser independente custa caro (nos dois sentidos), mas que nada paga a sensação da liberdade de ir e vir. Descobri que um sorriso muda tudo. Descobri que aguento ficar 14 horas em pé trabalhando. Descobri que sei cozinhar. Descobri que é importante saber economizar – mas apenas dinheiro, porque o tempo ta ai pra gente gastar sem medo. Descobri que roupa e louça não se lavam sozinhas. Descobri que amigos de verdade eu conto nos dedos de uma mão. Descobri que ficar sozinha é um dos meus hobbies prediletos. Descobri que tudo pode ser vivido de uma forma melhor se você tiver a trilha sonora perfeita para cada momento. Descobri que dirigir é um dos meus maiores hobbies (assim como viver). Descobri que amo me desafiar. Descobri que nada que é fácil me dá vontade de fazer. Descobri como é bom a gente se permitir. Descobri o poder de um bom batom vermelho. Descobri a profissional que eu quero ser. Descobri que rezar é o que me acalma. Descobri que eu sou a minha melhor amiga. Descobri que viver é um presente diário de Deus. Descobri que o mundo está de cabeça para baixo. Descobri que coisas normais não me atraem. Descobri que almas confusas me retém. Descobri que as pessoas podem ser muito más. Descobri que poder falar o que se tem vontade para o outro é raro e deve ser valorizado. Descobri que gosto mais de KFC que de Mc Donalds. Descobri que há pelo menos uma razão para ser feliz todos os dias. Descobri que felicidade não é o destino, mas o caminho que se faz até lá. Descobri que amo morar sozinha. Descobri que, apesar de ser tagarela, amo viver no silêncio do meu mundo particular. Descobri que não há nada como um bom livro, uma coberta e um chocolate quente. Descobri que quero fazer mais intercâmbios. Descobri que viver um dia de cada vez é o segredo para uma vida bem aproveitada. Descobri que cada segundo é único. Descobri que comparar uma pessoa à outra é algo inútil. Descobri que, apesar de voar, sempre teremos para onde voltar. Descobri que salada não é tão ruim assim. Descobri que me perder, muitas vezes, significa ganhar a chance de me (re)encontrar. E bem no fim de 2016, descobri que, se você pode sonhar, você pode realizar. E desde então tenho descoberto muito mais.

Descobri, por fim, que ainda existem algumas (muitas) dúvidas dentro de mim e (tantas) outras certezas espalhadas por aí. E então, descobri que essa é a graça de viver: saber o suficiente para querer continuar, mas jamais o suficiente para não seguir tentando. 2016 foi o presente mais lindo que já ganhei até agora. Foram lindas as nossas trocas e os nossos tropeços. E 2017 tem me mostrado que temos um longo e lindo caminho pela frente. Porque o tempo não para. E a vida é agora.

Vamos juntos?

Júlia Groppo

Por julia às 10.01.17 3.617 comentários
30 dias depois…

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Hoje faz 30 dias desde que embarquei no voo mais importante da minha vida. Já sinto saudades daquele sábado como nunca, pois lembro exatamente como me senti: coração acelerado, medo de deixar os que eu mais amo e a curiosidade misturada à dúvida de querer descobrir tudo o que viria pela frente. As mãos suavam, a cabeça estava a milhão e o coração partido entre a saudade antecipada e a ansiedade em devorar, da forma mais intensa possível, os dias que estavam por vir.

De lá pra cá, minha perspectiva sobre as coisas mudou de tantas formas que seria impossível explicar. Eu cheguei, me joguei, mergulhei, aproveitei, não dormi, corri, ri muito e chorei bastante. Nossa, como chorei. Vivo dizendo em meus versos perdidos por aí como as coisas acontecem com intensidade no ICP, mas só quem realmente está aqui conseguirá entender. É algo que a gente sente arder na pele. São as lágrimas que escorrem de forma natural e os sorrisos que a gente distribui para os guests mesmo quando por dentro a gente só quer se encolher de saudade.

Faz frio, chove, dai faz sol, a gente fica doente, a comida acaba, tem que limpar a casa, a inspeção está chegando, os horários com as roomies não batem, seus day offs são diferentes dos seus amigos, o chefe te pede pra estender até 3 a.m., você perde o ônibus, esquece o casaco, fica sem dinheiro, gasta com coisas desnecessárias, não leva comida suficiente para o shift de 12 horas, mas permanece lá, firme e forte, pronta para o próximo dia. E é sempre assim, e sempre será, porque vale a pena.

Vale a pena ver a carinha de felicidade de cada uma das crianças que cruzam as zonas da Emporium, felizes por estarem conhecendo cada personagem da Disney, ou simplesmente por terem ganhado de mim uma figurinha do Mickey. Vale a pena me dedicar 101% a cada família que está em busca de um presente ou de uma lembrança que quer levar da maior loja do Magic Kingdom para casa, para que aquela viagem seja lembrada para sempre. Vale a pena respirar fundo, quando na verdade você só quer chorar de saudade dos seus pais, porque aquelas pessoas que estão ali se planejaram, abriram mão de outras coisas, economizaram, tudo para poder passar dias maravilhosos no lugar mais mágico do planeta.

Até agora, de todos os ensinamentos que a Disney já me proporcionou, o mais maravilhoso, e que quero guardar comigo para o resto dos meus dias, é: a vida não precisa ser perfeita para que as coisas sejam boas. As coisas não precisam sair exatamente como o planejado para que a gente seja verdadeiramente feliz. Que bom que, de repente, tudo sai dos trilhos e a vida se mostra algo que a gente nunca imaginou que ela seria. Que bom que 99% das coisas saem completamente diferente de como a gente um dia pensou que seria. Que bom que, a cada dia que passa, eu me surpreendo comigo mesma, com esse programa e com como a vida é maravilhosa mesmo em suas imperfeições e tropeços. Pois é como dizem por aí: “Desde que minha vida saiu dos trilhos, sinto que posso ir a qualquer lugar”. Quando a gente sai dos trilhos, das retas, dos padrões e dessa busca cansativa pela perfeição, nos damos a chance de provar, de verdade, o que é ser/estar nesse mundo.

Depois de 30 dias, eu tenho um conselho para você que está ai do outro lado: PERMITA-SE. Faça tudo o que quiser, chore quando tiver que chorar e quando quiser começar de novo, voilá: APENAS COMECE. Cada dia é uma nova chance de ser quem você quiser e, se possível, melhor que aquele que você foi ontem. E com melhor, não quero dizer perfeito. Longe disso. Com melhor, quero dizer ser VOCÊ MESMO, da forma que você quiser, com todas as suas imperfeições. Este é e sempre será o seu maior triunfo.

Vou lá viver os próximos dias que me aguardam e já volto. E se você aí quiser continuar acompanhando as minhas aventuras, basta seguir o meu perfil no Instagram.

Com carinho e muito pixie dust,

Júlia Groppo

Por julia às 10.12.16 1.694 comentários
Faça as malas

malas

Sempre admirei os que arriscam antigas certezas na vida para encontrar novas. Relatos e histórias que envolvem malas, aviões, chegadas e partidas sempre me cativaram por algum motivo. Acredito eu que toda essa paixão tinha uma única razão: eu sempre quis fazer o mesmo. Jogar (quase) tudo para o alto, embarcar em um avião e não ter muita certeza do que viria depois – pelo contrário, ter uma mente cheia de dúvidas, somadas à vontade de viver novas experiências. E então, eu fui. E então, cá estou.

Quando somos colocados a prova de algo, a consequência é quase que instantânea: passamos a conhecer um pouquinho mais sobre nós mesmos a cada dia que passar. Ao deixar o Brasil, sinto que estacionei a minha vida para começar uma diferente aqui em Orlando. É a mesma Júlia de lá quem vos escreve, mas de um novo lugar, uma nova casa, uma nova perspectiva e um pouco diferente daquela que veio. Os dias aqui passam rápido e devagar, ao mesmo tempo, e por mais que eu queira controlar tudo a minha volta, as coisas acontecem como tem que acontecer. O mais engraçado é que os aprendizados são inúmeros e, a cada vez que piso fora do meu 10205 e me disponho a me abrir para o que está a minha volta, retorno alguém melhor para casa.

O que a vida quer da gente, afinal, é coragem. Esse longo caminho que trilhamos desde o dia em que chegamos a este mundo está longe de ser fácil. Os obstáculos surgem nos momentos mais inesperados, tentando nos ensinar algo que ainda não sabemos. Porque a vida é isso também: uma eterna descoberta. Posso passar a maior parte do tempo me escondendo do mundo, mas assim, jamais terei a oportunidade de saber quem realmente sou. Portanto, não tenha medo de trocar algumas certezas por outras, não tenha medo de descobrir quem você realmente é e até onde você pode chegar. Entenda que a magia está em saber como combinar as oportunidades e os obstáculos, de forma que um não atrapalhe o outro. Porque as suas oportunidades te levarão sempre para um novo lugar, já os seus obstáculos te levarão sempre para uma nova versão de si mesmo.

Sem medo e cheia de dúvidas, eu embarquei. Hoje entendo o porquê estou aqui. Descubro, dia a após dia, o quanto essa decisão foi e continuará sendo tão importante para a minha vida. Apenas faça as suas malas e vá encontrar uma nova versão de si. Você pode se surpreender, assim como estou me surpreendo comigo mesma durante esse intercâmbio.

“Apenas os que se arriscam a ir longe demais são capazes de saber o quão longe se pode ir”

Júlia Groppo

Por julia às 01.12.16 1.739 comentários
Earning my ears

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Faz apenas 11 dias desde que deixei o Brasil para embarcar na maior aventura da minha vida, mas a verdade é que parece que faz muito mais tempo. A intensidade com a qual as coisas acontecem durante o ICP é algo surreal que só quem sente na pele as dores e as delícias de ser um cast member poderá entender. O que eu entendi até agora? Nada. O que eu sinto? MUITO. TUDO.

Sinto meu coração bater mais forte a cada vez que piso no Magic Kingdom vestindo minha costume, carregando minha nametag do lado esquerdo do peito, próximo ao coração, e cai a minha ficha de que aquele é o meu local de trabalho. Sinto os olhos encherem de lágrimas a cada Wishes que assisto, porque sim, eu estou lá todos os dias, bem na Main Street, dando o meu melhor pelos guests que visitam a Emporium enquanto os fogos de artifício saltam pelo céu de Orlando. Sinto uma gratidão imensa por ter sido escolhida entre tantas outras pessoas para estar ali, representando o meu país e contribuindo para a maior empresa de entretenimento do mundo criando felicidade através de mágica e pixie dust. Sinto minha pele arrepiar ao entender, dia após dia, o quanto um sorriso faz diferença no dia do outro. Sinto também saudades de casa, da qual nem faz tanto tempo que saí, mas ainda assim, tempo suficiente para perceber o quanto eu amo aqueles que ficaram.

Sinto, por fim, aquela pontinha de felicidade no fundo do coração ao saber que fiz a escolha certa e que essa montanha russa chamada International College Program está apenas começando. Foram apenas 11 dias. Foram muitas coisas. Foram milhares de aprendizados. Foram lágrimas e sorrisos. Foram muitos “Have a Magical Day” e “Welcome to the Emporium”.

Eu sinto muito por sentir tanto. Ser Cast Member é isso, afinal. Não caber em seu próprio corpo de tanta felicidade que o coração sente. A verdade é que a gente explode e vira pixie dust.

Júlia Groppo

Por julia às 25.11.16 1.644 comentários
VOU TRABALHAR NA DISNEY

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“If you can DREAM IT, you can DO IT”

Essa frase do Walt Disney me acompanhou desde o início dessa intensa caminhada que percorri, desde o dia em que decidi me jogar nesse processo seletivo maluco, chamado International College Program (ICP), até a chegada do resultado. Trabalhar na Disney sempre foi um sonho do meu coração. Ele ficou bem guardadinho ali por um tempo, até que eu decidi que seria a hora de tentar. E que bom que a gente acaba dando aquele primeiro passo, que depois nos rende milhares de oportunidades, né? Que bom que a Júlia da noite de Ano Novo prometeu para si mesma que esta seria uma das metas de 2016. Que bom que ela teve força suficiente para ir atrás de tudo o que a levasse para mais perto disso. Que bom que ela depositou o que tem de mais precioso em todas as etapas: o coração.

O International College Program, mais conhecido como ICP – ou Cultural Exchange Program (CEP) – é um programa de trabalho da Disney, que recruta brasileiros para trabalhar nos parques e resorts durante três meses. Ele acontece de novembro a fevereiro e, durante esse período, podemos exercer diversas funções, que vão de operadores de brinquedos e atrações a vendedores, cozinheiros, camareiros, personagens, entre outras oportunidades incríveis. O processo seletivo ocorre todo ano e é auxiliado pela STB, agência de intercâmbio que representa a Disney no Brasil.

Eu poderia descrever o ICP como INTENSO, DE TIRAR O FÔLEGO, MALUCO e PERTURBADOR. São milhares de horas de sono perdidas ao longo de meses treinando para as entrevistas, aguardando os resultados, torcendo, roendo as unhas e rindo e chorando ao mesmo tempo. Sim, o ICP é uma montanha-russa de sentimentos. Isso porque estou falando apenas do processo, já que do programa só poderei afirmar quando voltar. Mas tenho certeza que será exatamente desse jeito.

E depois de meses de processo, nervosismo, ansiedade, dor de estômago e muita emoção, o meu tão esperado email de “CONGRATULATIONS” chegou e, com ele, uma oferta de trabalho da maior empresa de entretenimento do mundo. Lágrimas escorreram pelos meus olhos e o meu coração se encheu de gratidão naquele momento. Depois do email, milhares de outros momentos mágicos que eu desvendaria a cada passo dado em direção ao meu embarque foram me cercando e me mostrando que, sim, eu estava no caminho certo. Walt Disney tinha me dado a oportunidade de realizar um sonho dentro do lugar com o qual um dia ele sonhou. Deus estava ali, mais uma vez, me mostrando que vale a pena lutar por tudo que eu acredito. Sem medo e sem limites. Apenas eu, os meus sonhos e a vontade de realiza-los.

Eu seria cast member da Walt Disney World.

Sonhar um sonho requer esforço. Realizar um sonho mais ainda. Muitas vezes, é preciso nadar contra a correnteza e segurar aquele desejo bem forte conosco. Não soltar, não deixar ir, persistir até o fim. Um sonho é algo único, que jamais pode ser igualado a qualquer outro. Portanto, só você saberá – e entenderá – o quanto ele significa para você. Ser aprovada no ICP significou um novo passo na minha vida e a chance de usar a magia desse mundo para mudar o dia das pessoas. O meu email de “CONGRATULATIONS” significou uma nova fase de desafios. Estes que apenas eu e eu mesma enfrentaremos. Todo o processo me ensinou que, se eu sou capaz de sonhar, sou também capaz de realizar – assim como Walt Disney disse para nós. Além disso, pude entender de perto que nada que venha do nosso coração pode ser tirado de nós.

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Hoje, enquanto você lê este post, devo estar voando bem alto, de um jeito que faz meu coração bater mais rápido, rumo ao meu próximo desafio. Ah, como eu gosto de me desafiar… E às vezes, me desafiar significa colocar o relógio para despertar um pouco mais cedo para que eu consiga resolver as minhas pendências. Dessa vez, me desafiar significou fazer as malas, deixar uma antiga oportunidade para trás, embarcar em um voo sozinha e estar longe das pessoas que eu mais amo.

Dia 14 de novembro começo o meu programa e já embarco com a certeza de que não voltarei mais a mesma. Fui escolhida para trabalhar como Merchandising e sei que terei o desafio de me dedicar inteiramente aos guests e atende-los da melhor maneira possível nas lojas. Desafio aceito. E que venham os próximos dias…

Quero encerrar dizendo que estou preparando uma série de posts especiais e cheios de dicas sobre o processo para quando eu voltar do meu reino mágico. Quero ajudar você que está aí do outro lado da tela com os olhos brilhando e pensando: “Posso mesmo trabalhar na Disney?”. Sim, você pode. É um processo intenso, um caminho sem volta e uma oportunidade única. Posso adiantar que, uma vez que você pise neste mundo, jamais será capaz de deixá-lo. E será um prazer te ajudar a entender melhor essa oportunidade e fazer a magia acontecer aí dentro.

A DREAM IS A WISH YOUR HEART MAKES.

Enquanto isso, você pode acompanhar a minha aventura através do meu perfil no Instagram.

VAMOS JUNTOS?

Com carinho, frio na barriga e muito pixie dust,

Júlia Groppo – Cast Member 2016/2017

Por julia às 12.11.16 1 comentário
A vida como ela é

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A vida nem sempre é o que esperamos dela. Raros são os momentos que saem como planejado. Mesmo que alcancemos o que tanto almejamos, nada acontece da mesma forma como um dia imaginamos. Que bom que seja assim. Trilhamos diversos caminhos diferentes desde que nascemos e somos levados para lugares e pessoas que, não entendemos, mas acredite: há sempre um motivo (ou vários) para tudo ocorrer da forma que ocorre.

Há um ano atrás, se me contassem tudo o que aconteceria de lá para cá na minha vida, eu jamais acreditaria. As pessoas, os momentos, as conquistas, os dias difíceis que me derrubaram – mas que me ensinaram a ser ainda mais forte -, os desafios, além de cada lágrima derramada ou sorriso que se estampou no meu rosto. Não conseguiria imaginar tudo isso naquela época. Agora, olho para trás e agradeço pelo fato da vida ser exatamente o que ela é. Imprevisível. Caixinha de surpresas. Ousada. Invasiva.

Tudo isso, sim, porque ela não pede licença, nem diz por favor ou obrigado. Ela simplesmente entra, sem bater, te arrasta aqui e ali, traz pessoas, leva outras, mistura as coisas, te joga desafios, te deixa ali, com um grande problema em mãos, deseja boa sorte e sai sem nem dar tchau. Se vira aí, meu amigo. E ainda passa rápido, a danada. Temos apenas uma neste mundo. Uma vida; uma chance; várias oportunidades e a mesma vontade de ser sempre melhor.

Acho que é por isso que, a cada dia que passa, entendo melhor sobre o quão importante é valorizar cada momento e cada detalhe, além de viver cada dia do calendário como se fosse o último. Entre uma crônica e outra, fico aqui imaginando qual a próxima peça que ela irá me pregar. Qual o próximo destino? E o próximo desafio? Qual será a próxima conquista? Aqui, sou obrigada a dizer, mais uma vez, sobre como é importante sonhar, imaginar e refletir. Mas ah, a palavra final nunca será nossa, meus amigos.

Quem decide o que, quando, onde, com quem e por que é ela: A VIDA.

Deixe estar.

Júlia Groppo

Por julia às 10.11.16 1.666 comentários

Que horas são dentro de ti?
O ano é novo, mas você é o mesmo
Por que tudo dá certo nos filmes?
Mente também é lar