Nossa marca no mundo

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Na semana passada encerrei mais um ciclo da minha vida. É incrível como as coisas passam em um piscar de olhos. Lembro do meu primeiro dia de trabalho naquele lugar: a roupa que escolhi para coroar o início, as orações que fiz, a ansiedade, o medo, a insegurança, a curiosidade e a vontade de transformar aquela primeira oportunidade em diversas outras. E assim aconteceu.

Aproveitei daquele lugar o máximo de oportunidades que me surgiam e me entreguei de corpo e alma para cada matéria que escrevi. A cada dia, um novo desafio. A cada pauta, novas descobertas. A cada noite em que chegava exausta em casa sentia dentro de mim o quanto aquela experiência estava valendo a pena. Mas minha mãe me disse uma vez que tudo passa, tanto as coisas boas como as ruins, e por isso entendia, um pouco por dia, que devemos aproveitar as boas ao máximo e respirar fundo pelas ruins, sabendo que uma hora ou outra elas irão embora. E assim também aconteceu.

Sabia que uma hora eu teria que dar tchau para aquele lugar, para a minha mesa, para aquelas pessoas e para aquela rotina. Apegada que sou, sofri com isso. Intensa que sou, percebi, emocionada, no meu último dia, que havia usufruído ao máximo tudo o que eu podia dali, e isso me mostrou que eu soube aproveitar esse grande presente que a vida me deu. Eu estava vivendo momentos incríveis dentro e fora daquela redação; havia feito entrevistas que jamais sonhei fazer um dia, criei uma rotina maluca e corrida, o que me encanta, mas de tudo o que aprendi lá, o que mais me marcou foi a importância de ser quem a gente é aonde quer que estejamos e de tocar as pessoas ao nosso redor de alguma forma. Aliás, da NOSSA forma. No meu último dia, pude sentir que havia deixado não só naquele lugar mas em cada uma das pessoas um pouco de mim. E isso, se vocês querem saber, não tem preço.

A vida é assim; passa rápido e quando nos damos conta, aquela fase nova que estávamos começando chega ao fim para dar espaço para outra. E outra. E outra de novo. E assim continua, até o resto dos nossos dias. E com o passar do tempo, conseguimos entender o quanto cada experiência nos transforma em seres humanos melhores e com maior entendimento do nosso ser, com maior propriedade para escolher o que é bom ou não para nós. Com isso, vamos trilhando o nosso próprio caminho, sem deixar que os outros definam para onde devemos ir, pois sabemos muito bem o que queremos.

Por isso, aonde quer que você passe, deixe que as pessoas ao seu redor te toquem de alguma forma. Ouça o que elas têm a dizer, absorvam os ensinamentos, as dicas e os conselhos. As coisas passam rápido, as oportunidades mais ainda. Não desperdice o quão valioso é deixar que as pessoas nos ensinem algo. Ao mesmo tempo, não seja passivo o suficiente para não deixar um pouco de você ali também. A vida é uma troca. É o que damos e o que recebemos, são os sentimentos que compartilhamos com os outros e as lembranças que vamos carregar dali para o resto dos nossos dias.

De tudo o que essa experiência me ensinou, o que mais me emocionou foi concluir que, em todo lugar que você passar, tente deixar um pouco de você; em cada canto do mundo, em todos os tipos de pessoas. Transforme o ambiente que você está em lugar melhor. Toque as pessoas da sua forma e tenha a certeza: você receberá como recompensa uma vida com mais sentido. Você entenderá com maior profundidade qual a sua missão neste mundo. Você perceberá que nada faz sentido se não tocarmos os corações das pessoas. Se não for o dos outros, que seja o nosso próprio.

Júlia Groppo

Por julia às 07.11.16 1.710 comentários

1.710 Comentário em “Nossa marca no mundo”

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Por que tudo dá certo nos filmes?
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