30 dias depois…

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Hoje faz 30 dias desde que embarquei no voo mais importante da minha vida. Já sinto saudades daquele sábado como nunca, pois lembro exatamente como me senti: coração acelerado, medo de deixar os que eu mais amo e a curiosidade misturada à dúvida de querer descobrir tudo o que viria pela frente. As mãos suavam, a cabeça estava a milhão e o coração partido entre a saudade antecipada e a ansiedade em devorar, da forma mais intensa possível, os dias que estavam por vir.

De lá pra cá, minha perspectiva sobre as coisas mudou de tantas formas que seria impossível explicar. Eu cheguei, me joguei, mergulhei, aproveitei, não dormi, corri, ri muito e chorei bastante. Nossa, como chorei. Vivo dizendo em meus versos perdidos por aí como as coisas acontecem com intensidade no ICP, mas só quem realmente está aqui conseguirá entender. É algo que a gente sente arder na pele. São as lágrimas que escorrem de forma natural e os sorrisos que a gente distribui para os guests mesmo quando por dentro a gente só quer se encolher de saudade.

Faz frio, chove, dai faz sol, a gente fica doente, a comida acaba, tem que limpar a casa, a inspeção está chegando, os horários com as roomies não batem, seus day offs são diferentes dos seus amigos, o chefe te pede pra estender até 3 a.m., você perde o ônibus, esquece o casaco, fica sem dinheiro, gasta com coisas desnecessárias, não leva comida suficiente para o shift de 12 horas, mas permanece lá, firme e forte, pronta para o próximo dia. E é sempre assim, e sempre será, porque vale a pena.

Vale a pena ver a carinha de felicidade de cada uma das crianças que cruzam as zonas da Emporium, felizes por estarem conhecendo cada personagem da Disney, ou simplesmente por terem ganhado de mim uma figurinha do Mickey. Vale a pena me dedicar 101% a cada família que está em busca de um presente ou de uma lembrança que quer levar da maior loja do Magic Kingdom para casa, para que aquela viagem seja lembrada para sempre. Vale a pena respirar fundo, quando na verdade você só quer chorar de saudade dos seus pais, porque aquelas pessoas que estão ali se planejaram, abriram mão de outras coisas, economizaram, tudo para poder passar dias maravilhosos no lugar mais mágico do planeta.

Até agora, de todos os ensinamentos que a Disney já me proporcionou, o mais maravilhoso, e que quero guardar comigo para o resto dos meus dias, é: a vida não precisa ser perfeita para que as coisas sejam boas. As coisas não precisam sair exatamente como o planejado para que a gente seja verdadeiramente feliz. Que bom que, de repente, tudo sai dos trilhos e a vida se mostra algo que a gente nunca imaginou que ela seria. Que bom que 99% das coisas saem completamente diferente de como a gente um dia pensou que seria. Que bom que, a cada dia que passa, eu me surpreendo comigo mesma, com esse programa e com como a vida é maravilhosa mesmo em suas imperfeições e tropeços. Pois é como dizem por aí: “Desde que minha vida saiu dos trilhos, sinto que posso ir a qualquer lugar”. Quando a gente sai dos trilhos, das retas, dos padrões e dessa busca cansativa pela perfeição, nos damos a chance de provar, de verdade, o que é ser/estar nesse mundo.

Depois de 30 dias, eu tenho um conselho para você que está ai do outro lado: PERMITA-SE. Faça tudo o que quiser, chore quando tiver que chorar e quando quiser começar de novo, voilá: APENAS COMECE. Cada dia é uma nova chance de ser quem você quiser e, se possível, melhor que aquele que você foi ontem. E com melhor, não quero dizer perfeito. Longe disso. Com melhor, quero dizer ser VOCÊ MESMO, da forma que você quiser, com todas as suas imperfeições. Este é e sempre será o seu maior triunfo.

Vou lá viver os próximos dias que me aguardam e já volto. E se você aí quiser continuar acompanhando as minhas aventuras, basta seguir o meu perfil no Instagram.

Com carinho e muito pixie dust,

Júlia Groppo

Por julia às 10.12.16 1.694 comentários

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