Eu já me questionei algumas vezes sobre quantas Júlias ainda estão por aí me esperando. Porque muitas já passaram por mim, mas eu sei (ou melhor, eu sinto) que muitas outras ainda me aguardam.
Não sei exatamente aonde estão e em que momento vamos nos esbarrar. Não sei se vamos nos gostar ou nos entender. Sei menos ainda quais os momentos da vida de que vão me levar até elas. Se vai ser um tropeço. Se vai ser uma escolha. Se vai ser uma benção. Se vai ser uma grande queda.
Mas não é muito doido imaginar isso? Que existem versões suas por aí (ou melhor, aí do lado de dentro mesmo, bem escondidas) que você sequer conhece? E que só depois de muito tempo se revelam? E que pra conhecer, o jeito é continuar caminhando. Vivendo. Experimentando. Arriscando. Recomeçando, todas as vezes que forem necessárias.
E, principalmente, estar aberto a todas as nossas versões que ainda vamos conhecer, sejam elas incríveis ou nem tanto.
O que mais me encanta em tudo isso é imaginar o tanto de vida (e de mim) que ainda tem pela frente. E eu nem tô falando de tempo. Eu tô falando de intensidade, que é o que realmente importa. Pode parecer papo de louco. Mas que bom que a loucura existe, né. É ela quem nos salva do tédio que às vezes é estar vivo. É ela quem nos faz dar novos significados para a nossa existência.
Para cada uma das nossas versões que, de repente, como num acidente muito bem premeditado pelo universo, ganham vida.
Júlia Groppo